Viajantes europeus e as suas aventuras pela terra

Em 1965 eu aceitei as funções de direção na BBC, solicitando autorização para a cada 2/3 anos sair da minha secretária durante algumas semanas para fazer um programa. Com isso, conseguia estar a par da tecnologia de produção de programas.
Hoje em dia, as descobertas eram feitas por exploradores que usavam "Land Rovers", só conhecia um sítio onde viajavam exclusivamente a pé: Nova Guiné.
Uma expedição a este lugar daria seguramente um filme fascinante. Então contactei alguns amigos da televisão australiana que descobriram que uma empresa mineira pedira autorização para entrar numa destas zonas desconhecidas para fazer prosperação de minerais.
E eu, juntamente com uma equipa de filmagens poderíamos acompanhá-los.
Acabou por ser a viagem mais cansativa que já fiz, todos os dias logo após o nascer do sol começávamos a caminhar, abrindo caminho através da floresta mais densa que já vi arrastando-nos por encostas inclinadas e lamacentas até ao topo de uma crista e depois escorregando pela encharcada vegetação abaixo para passar a vau um pequeno rio serpenteante e trepar a encosta do outro lado e depois repetir tudo várias vezes. Às quatro horas da tarde parávamos, montávamos o acampamento e erguíamos lonas para nos abrigarmos das chuvas torrenciais que começavam pontualmente às cinco horas.
Ao fim de três semanas e meia disto, um dos carregadores reparou em pegadas humanas na floresta. Alguém estivera perto do nosso acamamento na noite anterior a observar-nos.
Até que numa manhã acordei debaixo da minha lona e vi lá fora um grupo de homens a cerca de dois metros de distância. Nenhum deles tinha mais de um metro e meio e estavam nus, à exceção de um cinturão largo de casca de árvore.
Para minha surpresa descobrir que era fácil comunicar com eles e começamos a negociar e passado dez minutos partiram.
Eu tivera uma visão de como todos os seres humanos viveram outrora: em pequenos grupos que encontravam aquilo de que precisavam no mundo real que se encontravam.